Alguns vestígios do íntimo...
Coisas a serem lembradas, coisas a serem esquecidas.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
É incrível como uma palavra pode mudar tudo. Conversas
vêm e vão, mas só quem pode julgar o que nos foi dito, somos nós mesmos. Aquela
velha história de que um fato é 50% o que eu falo, e 50% o que você ouve.
A mágoa da verdade dói. Até pode parecer que
para você não foi nada de mais, contudo a revolução que isso causou no
pensamento, só eu sei.
Em algum lugar li que “com a mesma severidade
com que julgas um dia será condenado” e, é assim que fazemos automaticamente,
aquela pessoa que tanto nos julgou, não tem o exemplo a dar. Até parece engraçado,
embora seja triste.
Quando uma pessoa diz sem pensar, sabemos que
aquilo é de todo sincero. A pessoa não pensou nas conseqüências da fala, não pensou
como iria nos atingir. E sempre nos atinge, seja um inesperado “eu te amo” ou
alguma reclamação que escapa.
O que estamos fazendo da nossa vida, o que
estamos fazendo no ‘agora’ e até quando vale a pena esperar.
Sabe aquela posição de sempre investir em
poupança? É o meio mais seguro, mas ainda não tenho a certeza que aquele tempo
todo poupando, vale o montante final. O investimento
não dá resultado, daí o melhor caminho é arriscar outro tipo de aplicação.
Parece um inside,
um despertar repentino. Acho que nós vamos escondendo as pessoas atrás das
qualidades que nós mesmos colocamos nelas.
Defendemos os defeitos da pessoa... “teve uma infância
difícil”, “esta passando por problemas financeiros”. Ora, se uma pessoa troca de
personalidade conforme as circunstâncias, que personalidade é essa? Devemos nos
adaptar sempre, mudarmos o que temos de errado, mas desconfio de pessoas voláteis
demais. Na verdade tudo que é demais me desagrada.
Incrível como uma palavra muda tudo. Tudo que você
é pra uma pessoa agora, tudo que uma pessoa foi para você, ou melhor, o tudo
que uma pessoa foi para você.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
De todas as cenas por mim vivenciadas, de todas
as histórias e estórias por mim contadas, guardo em meu coração apenas as que
hoje me agradam. Prefiro esconder de mim a tristeza a vivenciá-la em forma de martírio
novamente.
Sou de inteiro sincera, porém devo admitir que
nem sempre sou plena de verdade com as coisas as quais quero me libertar.
É estranho como posso ainda me magoar por coisas
que já cometi, que já passaram. Essa perfeição utópica é que me distancia cada
vez mais do meu eu. Finjo para o espelho o que gostaria de ser e, nesse teatro,
por vezes maldoso, é que tento esconder as incertezas do cotidiano. Nesse julgamento
insano que não nos permite refazer as falas ‘mal-ditas’, os tropeços e más
interpretações feitas, julgamos uns aos outros da forma que nem nós nos
perdoamos.
Lamentações surgem no intuito de apagar a chama
da incompreensão e, de nada adianta, pois as marcas são sempre maiores do que
as próprias conseqüências.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Sobre Mentiras e Rolhas
Se eu fosse fazer uma analogia ao
que dizemos e fazemos, certamente a compararia a uma rolha, uma rolha no imenso mar da
vida.
Uma rolha fica submersa em uma
parte, representamos o que queremos esconder, uma mentira. E uma parte fica
visível a todos, como se quiséssemos mostrar o que temos de bom, a verdade. Eu
e você, assim como todos, já tivemos ora a rolha toda submersa, ora toda à mostra,
portanto, temos o discernimento de saber, quando outrem está tentando se
esconder ou se mostrar.
Na maioria do tempo a rolha fica
flutuando, metade submersa, metade não, por isso que em tudo que dizemos há uma
dupla interpretação. O que é verdade para nós, pode não ser para alguém, por
isso mesmo que sejamos sempre verdadeiros, há alguém pensando que estamos
fingindo. Da mesma forma, somos constantemente enganados, pois em alguns
momentos só conseguimos ver a parte verdadeira da pessoa, conhecemos uma pessoa
somente superficialmente.
E para que possamos seguir cada
vez mais imersos na vida, temos que ter o peito e os braços abertos, nesse
momento é que a mentira pesa. Enquanto mentimos, estamos empurrando a rolha
enorme para baixo, a fim de esconder. Essa atitude nos impede que possamos
nadar adiante e faz com que gastemos energia de forma inútil. É o que vemos por
aí todos os dias, pessoas paradas, estagnadas, justificando no mundo a sua
incapacidade de prosseguir.
Assim como tudo que é empurrado
para abaixo da água, há uma força contrária, o empuxo, nos lembrando que não é
possível viver escondendo o erro. E quando esse vem à tona, sua força é muito
maior.
Portanto, a melhor coisa que
temos a fazer, é corrigir e não esconder, pois todos nós erramos, e todos
percebem quando algo não está certo. Se sua vida não vai para frente, tente
rever seu passado, você pode estar preso sem perceber àquela semana daquele
deslize, àquela frase incompleta ou àquele fato omitido. Precisamos ser maduros
e considerar nossa responsabilidade diante de tudo, ter consideração,
honestidade e respeito diante do outro. É feio errar, mentir, mas mais feio
ainda é não ter a humildade de admitir e consertar.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Ao longo da vida construímos expectativas e sonhos, que desejamos do fundo do nosso coração que se realizem. Com o passar do tempo, vimos que aquilo que desejávamos mais que tudo, na verdade não era tão importe para nós.
Quando observamos o que de fato passou, lembramos que geralmente os nossos desejos se referiam a objetos desnecessários e sentimentos que se pudéssemos impor, o faríamos.
Damos-nos conta, então, que verdadeiramente, temos o que necessitamos ter. Se for a dificuldade, é para nosso crescimento, aquela a qual não aprenderíamos a lição se não por tal meio. Se for algo fora dos nossos planos, ou que os altere, sabemos dessa forma que o plano, ao final, se definiu da melhor maneira possível. Se for uma pessoa que chega a nossa vida, é pra preencher algum lugar que estava vazio, para nos mostrar algo, nos ensinar. Se for uma pessoa que nos deixa, refletimos sobre a sua ausência, se somos mesmo uma pessoa que como ela, deixaremos boas lembranças depois da partida, se somos o melhor que podemos ser.
Tudo que passamos pela vida é impreterivelmente necessário para que possamos crescer e evoluir, basta termos fé e capacidade mínima de coragem e vontade em aprender.
quinta-feira, 8 de março de 2012
Poema lindo que escutei e que gostaria que mais pessoas pudessem sentí-lo, assim como senti.
"SE"
Professor Hermógenes
Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...
Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...
Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e principalmente ser...
Se eu me retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...
Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...
Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e principalmente ser...
Se eu me retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,
E, mais ainda,
Se não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...
Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...
Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar-me eu...
Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia, compaixão
Para a minha ainda imperiosa angústia...
Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...
Se insistir ainda, que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,
E, mais ainda,
Se não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...
Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...
Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar-me eu...
Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia, compaixão
Para a minha ainda imperiosa angústia...
Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...
Se insistir ainda, que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...
Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e fugazes
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredite...
Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir, Multiplicar, reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...
Se, ainda presa do grande embuste,
Persistir iludido
Com a importância que me dou...
E se ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e fugazes
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredite...
Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir, Multiplicar, reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...
Se, ainda presa do grande embuste,
Persistir iludido
Com a importância que me dou...
E se ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei, me perdido na multidão abortada
Dos perdulários, dos divinos talentos,
Dos talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.
Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo e o espaço
De Deus.
Terei, meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter, atingido,
a Meta.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Você pode não ser o primeiro homem dela, o último homem dela ou o único homem dela. Ela amou antes, pode ser que ela ame de novo. Mas se ela se ama agora, o que mais importa? Ela não é perfeita - você também não é, e vocês dois podem nunca ser perfeitos juntos, mas se ela te faz rir, te faz pensar duas vezes, e admite ser humana e cometer erros, segure-se a ela e dê a ela o máximo que você puder. ...Ela pode não estar pensando em você a cada segundo do dia, mas ela te dará uma parte dela que ela sabe que você pode quebrar - o coração dela. Então não machuque ela, não mude ela, não analise e não espere mais do que ela pode dar. Sorria quando ela te fizer feliz, diga a ela quando ela te deixar com raiva, e sinta a falta dela quando ela não estiver por perto.
Bob Marley
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