sexta-feira, 2 de setembro de 2011


Você, de tempos em tempos, pensa ser o pior ser do mundo, julga suas ações como sendo realmente ruins, suas atitudes errôneas e seus pedidos tolos.
Você vê que precisa mudar, que precisa se adaptar, ou senão perderá a pessoa que tanto ama. Até aí tudo bem. Você muda, se adapta, tenta fazer de tudo para que a relação caminhe a 1000 maravilhas, mesmo tendo a certeza que nenhuma relação é perfeita.
Em outro dia, pede que a pessoa mude, baseada nas mesmas cobranças que ela lhe fizera. Ela concorda. Passam-se os dias, semanas, meses. Tudo igual.
Aos poucos, de pedaço em pedaço seu coração começa a ser esvaziado, mas quem liga?! Afinal, quando isso é trazido a tona, vira revanche infantil “eu também estou deixando de te amar aos poucos com essas suas atitudes”.
E mais um tempo depois, você começa perceber que aquela necessidade de ter tal pessoa ao seu lado vai se esvaindo, aquela vontade imensa de ser companheira para uma volta, ou para a festa entediante da tia-avó, passa.
Aí vem o lado contrário: só de imaginar não ter aquela pessoa ao lado, você já tem um aperto no peito, sua frio, passa mal.
Você vive sob o medo, sem refletir. Passa a tratar bem na esperança de que o amor vence tudo. Mas não há mais amor aí!
O amor se transformou em um sentimento que ninguém consegue explicar e, que até hoje liga pessoas internamente infelizes.
Refletindo é possível ver que aquela pessoa deixou de te amar a muito tempo (cego de amor!?). No momento que seu amor começou a morrer, ela estava lá, tratando você da forma a qual nenhuma pessoa que realmente ama trataria. Foram vários os sinais: a falta de diálogo, os muitos xingos, a falta de tolerância e compreensão para seus pequenos erros e falta de consideração pelos muitos momentos aos quais você esteve, ao lado dela, cuidando e amando.
Nada mais importa, toda briga é sua culpa, e todos os dias existem brigas. Você chora de dó, de raiva, de indignação, e a pessoa, tranqüila - ninguém se importa com quem não se ama mais.
Ainda sabendo que possui qualidades inúmeras, se porta como a pessoa mais perdedora do mundo, se entristece ao pensar em seus erros e como faz tudo errado. Fica importando-se para uma pessoa a qual você não tem o mesmo valor.
Você não gosta mais dela, sabe o que você sente? Uma dor enorme, por perder aquele sentimento que te fez mudar, que fez você deixar coisas para trás, que fez você AMAR, amar com todas as suas forças, com toda sua vontade e entusiasmo. Aceitar que errou na escolha, admitir que aquele “te amo pra sempre” não se concretizou, dói muito, dói de verdade, mas a culpa não é sua!
Por vezes você não foi a namorada ideal, teve TPM, crises nervosas e de ciúme, falou o que não devia, deixou a desejar. Todo mundo é assim, em alguma coisa, inclusive a pessoa pela qual você se apaixonou.
Viver com uma pessoa só pelo medo de não encontrar outra, pelo comodismo, não dá!
Se você acha que é passageiro, tenha paciência. Se isso já faz parte da sua vida há muito tempo, reflita internamente, faça o melhor para sua felicidade.

Texto baseado em “A despedida do amor” de Martha Medeiros